Violência sexual na infância e adolescência: atendimento médico inicial pode evitar danos à saúde

Segundo Unicef, a cada hora, cinco crianças ou adolescentes, entre 0 e 19 anos, são vítimas de violência sexual no Brasil_

 

De acordo com levantamento inédito realizado pelo Unicef em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado em 2021, a cada hora, cinco crianças ou adolescentes, entre 0 e 19 anos, são vítimas de violência sexual no Brasil. O estudo revela ainda que a maioria das vítimas (quase 80%) são meninas. O levantamento foi realizado através de uma análise dos boletins de ocorrência registrados em todos os 27 estados do País entre 2016 e 2020, solicitados por meio da Lei de Acesso à Informação.

 

Sobre o assunto, o ginecologista Robinson Dias, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do RN (Sogorn), esclarece o papel do profissional ginecologista na atenção à saúde da criança e adolescente vítima de violência sexual, bem como os tratamentos e intercorrências comuns da infância e adolescência. 

 

Os sinais e consequências geradas pela violência sexual são visíveis no contexto psicológico da criança, como também no corpo. Há riscos para a saúde, caso não haja um tratamento adequado e de imediato. “Existem alguns detalhes que não são habituais no exame físico da menina, como, por exemplo, o corrimento vaginal decorrente de uma relação sexual, a presença de lesão na vulva, ou até sinais e infecções próprias do HPV, doença transmitida exclusivamente por uma relação sexual”, aponta Dias. 

 

Nessas situações, em consultório, o especialista explica que o profissional deve focar na redução dos agravos na saúde de ordem genital e psicológica que possam existir. “O papel do ginecologista é identificar a violência, tratar a menina objetivando a redução dos agravos na saúde e prevenção de doenças, e conduzir a um atendimento na esfera multiprofissional, com auxílio dos profissionais de psicologia”, explica o presidente da Sogorn.

 

Infelizmente, ainda existem barreiras para que crianças e adolescentes, vítimas de violência, enfrentam para obter assistência à saúde. Segundo Dias, muitas delas atreladas à complexidade que diz respeito à questão da violência sexual. “Nos casos que envolvem vulneráveis, temos desde a falta de autonomia e dependência de outras pessoas para obter ajuda e assistência até a completa falta de informação e despreparo das equipes profissionais para prover atendimento integral e reduzir danos”, relata.

 

O ginecologista afirma que é essencial ao profissional da saúde priorizar o acolhimento da vítima e sua família, procurando tratar os agravos à saúde decorrentes da agressão sexual, incluindo a profilaxia e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis e infecção pelo HIV, a prevenção da gravidez indesejada decorrente do estupro. Em seguida, é necessário promover as informações sobre direitos, prover o seguimento ambulatorial e o suporte psicológico necessário, bem como a comunicação ao Conselho Tutelar e a notificação compulsória.

 

Robinson Dias alerta ainda que é necessário o profissional ter o conhecimento sobre as instituições participantes da rede de proteção e apoio às crianças e adolescentes. “Se é uma vítima abaixo de 14 anos, é indicado ao médico fazer a notificação do caso ao conselho tutelar, caso a família não tenha feito isto, para um adequado acolhimento e proteção da criança e família também”, realça.

 

Veja mais notícias:

  • All Posts
  • Uncategorized
Carregar mais

End of Content.

Contato

Endereço: R. Cônego Leão Fernandes, 551 – Petrópolis, Natal – RN, 59020-060

Telefone: (84) 3221-5523

Celular e WhatsApp: 84 9637-7766

Email: sogorn@sogorn.com.br

 

 

Assessoria de imprensa: Letra A Comunicação 

Contato: 98859-0218