Dengue na gestação: especialistas abordam riscos e protocolos de manejo

Evento reuniu médicos ginecologistas e residentes para discutir o manejo da dengue na gestação

 

Sem precedentes, o Brasil já notificou mais de cinco mil casos de dengue entre as gestantes só no primeiro trimestre de 2024. Diante da preocupação com os números contabilizados pelo Ministério da Saúde, médicos ginecologistas e residentes se reuniram na sede da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do RN (Sogorn) para discutir o manejo da dengue na gestação. Na ocasião, foram convidados o médico infectologista Kleber Luz e a médica ginecologista e obstetra especialista em gravidez de alto risco Ana Cristina Pinheiro Araújo, membro da Sogorn. Durante a palestra, os presentes tiveram a oportunidade de participar de uma atualização científica sobre a problemática.

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os casos de dengue hemorrágica aumentam em mais de 400 vezes as chances de morte materna e em 27 vezes quando a gestante apresenta apenas sinais de gravidade. Tendo em vista os riscos apresentados, o infectologista Kleber Luz garante que o atendimento às gestantes com sintomas de dengue é uma prioridade. 

“O profissional deve priorizar a paciente e identificar os sinais de gravidade, que são dores abdominais agudas, vômitos contínuos, sangramentos e febre alta. Caso haja, ela (a gestante) precisa ingressar imediatamente em uma unidade de emergência para ser tratada e monitorada até a estabilização do quadro”, notifica o especialista.

Sobre esses casos, o Manual de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério, desenvolvido recentemente pelo Ministério da Saúde em parceria com a Febrasgo, alerta que os sorotipos da dengue aumentam a produção de quimiocitocinas pró-inflamatórias, promovem trombocitopenia e ampliam a permeabilidade vascular, fenômenos fisiopatológicos responsáveis por vários agravos à saúde materna.

Para a professora do Departamento de Tocoginecologia da UFRN, Ana Cristina Pinheiro Araújo, as mulheres acometidas pela dengue no final da gravidez são o grupo de pacientes com maior risco. “O acompanhamento obstétrico é fundamental para todas as gestantes, em especial, nos casos de suspeita da dengue, pois a doença eleva muito a mortalidade materna. Nesse caso, o ideal é a resolução do parto somente após controle do quadro clínico, evitando contaminação neonatal”, adverte a especialista.

O presidente da Sogorn, Robinson Dias, reforça a importância dos cuidados prioritários com as grávidas acometidas pela dengue e esclarece as razões que motivaram o encontro na sede da instituição para tratar do tema. “É muito importante que os especialistas estejam preparados e sensíveis para a gravidade que a doença representa para as gestantes, por isso, consideramos por bem promover o debate, a exemplo do que tem feito a Febrasgo em nível nacional. Precisamos estar alertas para promovermos os cuidados necessários às mulheres grávidas, visando garantir a integralidade da sua saúde e do bebê”.

 

 

 

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